Um Patrimônio Cultural em Celebração
A Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul abriga instituições como o Museu de Arte Contemporânea (MARCO), o Museu da Imagem e do Som (MIS), o Arquivo Público Estadual e a Biblioteca Pública Estadual Dr. Isaias Paim. Juntas, elas desempenham um papel fundamental na preservação da memória cultural do estado, especialmente neste ano em que se comemoram os 48 anos de sua criação. Essas unidades não apenas acumulam e preservam um vasto acervo, mas também promovem exposições e eventos que destacam a diversidade artística e histórica de personalidades marcantes na trajetória do Mato Grosso do Sul.
O MARCO, que já conta com 34 anos de história, se consolidou como um espaço essencial para a arte no estado, recebendo exposições de artistas que se destacam nacional e internacionalmente. Após a inauguração de sua nova sede em 2002, o MARCO viu um crescimento significativo no número de exposições, permitindo uma conexão mais intensa com outras regiões do Brasil e da América do Sul. Com um acervo que abriga mais de 1.800 obras de diversas linguagens, incluindo pinturas, esculturas e fotografias, o museu se destaca por sua coleção especial, que inclui o acervo de Lídia Baís, uma pioneira das artes plásticas modernas, e Ignês Corrêa da Costa, uma influente artista que colaborou em obras icônicas no Brasil.
Uma das obras mais emblemáticas do MARCO é “O Sopro”, de Humberto Espíndola. Esta tela representa a criação do estado de Mato Grosso do Sul, transformando a bandeira brasileira em um símbolo místico que evoca a divisão de Mato Grosso. A obra utiliza elementos visuais para transmitir a ideia de que esse processo ocorreu pacificamente, sem conflitos, e convida o espectador a refletir sobre a história do estado.
Preservação da História e Cultura
O Arquivo Público Estadual tem a missão primordial de preservar e salvaguardar a história cultural de Mato Grosso do Sul através de documentos valiosos. Fundado na mesma época da criação do estado, o arquivo é considerado uma instituição guardiã da documentação histórica. De acordo com Douglas Alves da Silva, coordenador do Arquivo, sua função é garantir que documentos importantes, como aqueles relacionados à Companhia Matte de Larangeira e à Colônia Agrícola Nacional de Dourados, sejam preservados para as futuras gerações. Esses registros históricos são cruciais para entender o desenvolvimento regional e o impacto do ciclo da erva-mate na cultura local.
Outro destaque é o Museu da Imagem e do Som, previsto para completar 28 anos em 2025. Criado pelo decreto da professora Idara Duncan, o MIS se dedica a salvaguardar a memória audiovisual de Mato Grosso do Sul. Além de preservar registros sonoros e visuais de músicos e cineastas locais, o MIS também mantém exposições que celebram a cultura e a história do estado, como a atual mostra “Nos trilhos da memória”, que retrata a importância da ferrovia Noreste do Brasil.
A Biblioteca como Espaço de Inclusão Cultural
A Biblioteca Pública Estadual Dr. Isaias Paim se destaca por seu acervo robusto de 44 mil publicações, incluindo livros raros e periódicos. Além de garantir o acesso à informação, a biblioteca promove ações que incentivam o desenvolvimento social e cultural dos cidadãos. Seu acervo se dedica a autores sul-mato-grossenses e abriga obras fundamentais para a história do estado. Entre elas, o “Album Graphico do Estado de Matto Grosso”, impresso em 1914, é considerado um dos primeiros registros sobre Mato Grosso do Sul.
Italo Gomes da Silva, responsável pelo acervo, ressalta a importância de obras históricas como “História de Mato Grosso do Sul” e “Mato Grosso do Sul – Criação e Instalação 30 anos”, que capturam a essência da trajetória do estado e suas personalidades. A literatura sul-mato-grossense, refletida em obras como “Inocência” e “Camalotes e Guavirais”, é uma parte vital da identidade cultural do estado, contribuindo para a valorização de sua rica história.
Com a celebração dos 48 anos de Mato Grosso do Sul, os museus e instituições culturais se reafirmam como pilares na preservação da memória e na promoção da cultura. Eles não apenas guardam o passado, mas também inspiram as futuras gerações a conhecer e valorizar sua história.