Feminicídio em Petrolina
Na noite de domingo, 21 de janeiro, uma tragédia abalou o bairro Santa Luzia em Petrolina, Pernambuco. Elisângela Santos Oliveira, uma dedicada professora, foi brutalmente assassinada pelo marido, Cícero João de Araújo, que a atacou com golpes de foice ao vê-la voltar da igreja evangélica que frequentava. Este ato de violência chocou a comunidade e levantou questões importantes sobre o feminicídio e a segurança das mulheres na região.
Os relatos de vizinhos indicam que, ao perceber Elisângela se aproximando, Cícero armou-se com a foice e iniciou o ataque. Ela, apesar da surpresa e do horror da situação, ainda tentou escapar, mas foi perseguida pelo marido, que desferiu novos golpes antes que ela pudesse ser socorrida. A professora foi levada às pressas para o Hospital Universitário da Univasf, mas não resistiu aos ferimentos e veio a falecer.
O corpo de Elisângela foi encaminhado ao Instituto Médico Legal de Petrolina, onde passa por exames de necropsia. A Polícia Civil, que já iniciou as investigações, informou que o crime aparentemente ocorreu motivado por ciúmes. Duas testemunhas foram ouvidas e relataram que Cícero tinha um histórico de uso de drogas, o que contribuía para seu comportamento violento, especialmente quando sob efeito de entorpecentes.
Após cometer o crime, Cícero tentou fugir do local. No entanto, a Polícia Militar, com apoio de dois policiais que estavam de folga, conseguiu localizá-lo em um terreno baldio na Rua 5, no mesmo bairro, onde foi preso em flagrante. Na delegacia, a arma do crime foi apresentada, e as testemunhas confirmaram as denúncias, permitindo que as autoridades tomassem as medidas cabíveis.
Elisângela Santos Oliveira: Uma Vida Dedicada à Educação
Elisângela era uma educadora comprometida, atuando na Creche Nossa Infância Sonho de Criança, localizada no bairro Mandacaru. A prefeitura de Petrolina, por meio da Secretaria de Educação, Cultura e Esporte, emitiu uma nota de pesar, destacando a importância de seu trabalho e seu legado na formação de crianças e no acolhimento das famílias da comunidade escolar. “Ela deixa uma trajetória marcada pelo cuidado e dedicação à educação infantil”, afirmou a Secretaria.
Em momentos como este, a dor é compartilhada não apenas pela família, mas por todos que conheciam Elisângela. O sentimento de tristeza e revolta ganhou força nas redes sociais, onde amigos e colegas expressaram suas condolências e pediram justiça. A Secretaria de Educação também reforçou seu repúdio a qualquer forma de violência contra a mulher, unindo-se a diversas vozes que clamam por respeito e proteção.
A Violência Contra a Mulher em Números
A situação da violência contra a mulher em Petrolina é alarmante. Dados da Gerência Geral de Análise Criminal e Estatística (GGACE) da Secretaria de Defesa Social (SDS) apontam que, entre janeiro e novembro de 2025, foram registradas 3.535 ocorrências de violência contra a mulher, uma variação de 7,32% em relação ao mesmo período do ano anterior, que contabilizou 3.277 casos. Esses números refletem um problema que precisa ser abordado urgentemente pelas autoridades e pela sociedade.
É fundamental que se criem campanhas de conscientização e que se ofereçam recursos adequados para as mulheres que enfrentam situações de violência. Em Pernambuco, as vítimas de violência podem denunciar pelos canais específicos, como o telefone 180, da Central de Atendimento à Mulher, que está disponível 24 horas por dia. A Polícia Militar também pode ser acionada pelo 190 em casos de emergência.
Além disso, o Ministério Público de Pernambuco (MPPE) e a Ouvidoria da Mulher estão disponíveis para atender denúncias e oferecer apoio. A luta contra a violência de gênero é uma responsabilidade coletiva, e é crucial que todos façam sua parte para garantir um ambiente seguro e respeitoso para todas as mulheres.
