Mudanças Climáticas e os Corais em Risco
A Terra pode ter ultrapassado um grave ponto de não-retorno em relação às mudanças climáticas, evidenciado pela morte dos recifes de corais devido ao aquecimento das águas oceânicas. A afirmação vem do relatório Global Tipping Points 2025, divulgado na última segunda-feira, dia 13.
Com a contribuição de 160 cientistas de mais de 20 países, o documento aponta que estamos, efetivamente, vivendo em uma ‘nova realidade’. A morte dos recifes de corais é um dos fenômenos mais alarmantes, embora não seja a única mudança sem retorno que enfrentamos. Segundo o relatório, com um aumento na temperatura global de 1,4 °C, os recifes de corais em águas quentes já superaram seu ponto de inflexão térmica, enfrentando uma perda devastadora que compromete a subsistência de milhões de pessoas que dependem desses ecossistemas.
Entre os anos de 2023 e 2025, os recifes de corais de águas quentes registraram os mais altos níveis de branqueamento já documentados. Esses recifes são extremamente vulneráveis ao aquecimento global e abrigam cerca de um quarto de todas as espécies marinhas do planeta. A preocupação é clara: “A estimativa central do ponto de inflexão térmica para os recifes de corais de água quente, fixada em 1,2 °C acima dos níveis pré-industriais, já foi ultrapassada. Se não houver ações rigorosas de mitigação climática, o limite térmico superior de 1,5 °C poderá ser atingido em uma década, colocando em risco não apenas os recifes, mas também os serviços ecossistêmicos essenciais para milhões de pessoas”, enfatiza o relatório.
Além disso, mesmo em cenários mais otimistas de emissão, que visam estabilizar o aquecimento em 1,5 °C, os recifes de corais de águas quentes têm praticamente 100% de chance de não voltar a prosperar, considerando que a faixa superior de seu ponto de inflexão térmica é de 1,5 °C.
O Global Tipping Points 2025 também destaca outros fenômenos que podem estar próximos do ponto de não-retorno. Entre eles, o derretimento das camadas de gelo polares e o impacto devastador da combinação de secas intensas e desmatamento na Amazônia. A interconexão entre esses ambientes sugere que a crise climática está se aprofundando, trazendo consequências alarmantes para o futuro do planeta.